Adolescente morre e criança indígena fica ferida em confronto entre comunidades Yanomami
02/12/2025
(Foto: Reprodução) Área degradada pelo garimpo no Alto Catrimani, na Terra Indígena Yanomami
Lucas Silva/Platô Filmes/ISA/Arquivo
Uma adolescente Yanomami de 16 anos morreu e uma criança de 9 ficou ferida após um confronto entre indígenas das comunidades da Maloca Paapiu e do Catrimani na região do Alto Catrimani, dentro da Terra Indígena Yanomami, nesta segunda-feira (1º). A informação foi confirmada pela Casa de Governo.
A Casa de Governo, órgão federal criado para acompanhar de perto o território Yanomami, afirmou que houve troca de tiros entre os dois grupos indígenas. A criança ferida foi atendida na comunidade.
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Durante o ataque, um grupo armado da Maloca Paapiu avançou em direção ao posto de saúde onde eram atendidos indígenas do Alto Catrimani e trabalhavam profissionais do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Ye’kwana (Dsei-YY).
De acordo com a Casa de Governo, agentes da Força Nacional de Segurança Pública, que dão apoio à proteção das comunidades e das equipes de saúde, intervieram "usando instrumentos de menor potencial ofensivo".
O objetivo, segundo o órgão, foi "impedir a invasão da unidade, evitar novos ferimentos e manter a segurança de pacientes, profissionais e demais indígenas que estavam no local".
O governo afirmou que não houve ação violenta por parte da Força Nacional nem uso de armas de fogo pelos agentes.
O caso segue sendo monitorado pela Casa de Governo, em articulação com o Ministério da Saúde, que acompanha os relatos oficiais enviados pelas equipes que atuam no território.
Terra Yanomami
Lideranças denunciam garimpos ativos e falhas graves na saúde Yanomami
📍️ A Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil com quase 10 milhões de hectares entre os estados do Amazonas e Roraima. Garimpeiros atuam na região desde, ao menos, a década de 1970.
❓ Em 2023 o governo federal decretou emergência no território para combater uma crise sanitária sem precedente. Quase três anos após o decreto de emergência na Terra Yanomami, lideranças indígenas denunciam que o garimpo ilegal segue ativo, destruindo roças, contaminando rios com mercúrio e, consequentemente, provocando desnutrição e impactos na rotina dos indígenas.
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