Bebê indígena nasceu a quatro minutos do pouso, diz enfermeiro que fez parto em avião
18/12/2025
(Foto: Reprodução) Equipes médicas dos Bombeiros e do Samu fizeram primeiros atendimentos à mãe indígena e bebê recém-nascida em Boa Vista
Divulgação/CBM
O parto da bebê indígena do povo Macuxi, que nasceu dentro de um avião durante um voo entre o Uiramutã e Boa Vista, ocorreu apenas quatro minutos antes do pouso, segundo relatou o enfermeiro Marcelo Cláudio da Silva, de 46 anos, responsável pelo atendimento no avião.
A aeronave já se aproximava da capital quando a mãe entrou em trabalho de parto e deu à luz a uma menina ainda no ar. A mãe é uma jovem de 18 anos e a bebê é o segundo filho dela com o marido.
O trajeto entre Uiramutã e Boa Vista de avião dura 1h. A bordo estavam o enfermeiro, o piloto, a gestante e o marido. Logo após o pouso no Aeroporto Internacional de Boa Vista, equipes do Corpo de Bombeiros e do Samu prestaram atendimento à mãe e à recém-nascida ainda na pista.
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Marcelo atua há 15 anos no Distrito Sanitário Especial Indígena Leste de Roraima (Dsei-Leste) e estava no avião acompanhando a transferência da paciente, que sentia dores desde a noite anterior. De acordo com ele, a remoção aérea foi autorizada após avaliação clínica e contato com a regulação médica.
“Durante o voo, as dores aumentaram, as contrações ficaram mais fortes. A bebê nasceu quando faltavam cerca de quatro minutos para o pouso”, contou o enfermeiro.
Segundo ele, o parto foi realizado seguindo os protocolos de emergência, com apoio do piloto da aeronave e do pai da criança, que também estava a bordo.
Marcelo afirmou que mãe e bebê apresentaram quadro estável e foram encaminhadas à Maternidade Nossa Senhora de Nazareth.
“É um sentimento de dever cumprido. É gratificante, mas é rotina de quem trabalha com saúde indígena”, disse. Esta foi, pelo menos, a terceira vez que ele realizou um parto dentro de um avião.
A Secretaria de Saúde não divulga estado de pacientes.
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Reprodução
O piloto Sérgio Carneiro, de 29 anos, contou que, apesar de já ter transportado várias gestantes, foi a primeira vez que presenciou um nascimento durante o voo. Ele descreveu o momento como emocionante, mas ressaltou a importância do preparo técnico da tripulação.
“A gente mantém a calma e o profissionalismo. Recebemos muito treinamento para situações de emergência, como voos de resgate e UTI aérea. O foco é chegar o mais rápido possível e acionar todo o apoio em terra”, explicou.
Segundo o piloto, a comunicação com a torre de controle e com a administração do aeroporto foi feita ainda durante o voo, o que permitiu que as equipes de emergência estivessem prontas para o atendimento imediato.
“É uma sensação de dever cumprido, de ver mais uma vida sendo salva. A gratidão e a realização profissional falam mais alto”, completou.
Levada à Maternidade
Segundo o Corpo de Bombeiros de Roraima, a mulher estava em trabalho de parto e viajava para a capital para receber assistência médica, mas o nascimento acabou ocorrendo dentro da aeronave de uma empresa de taxi-aéreo.
Uma equipe de atendimento pré-hospitalar dos bombeiros e uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já aguardavam no local para realizar a primeira avaliação de saúde.
Ambas apresentavam quadro clínico estável durante o transporte. Mãe e filha foram encaminhadas ao Hospital Materno Infantil Nossa Senhora de Nazareth após receberem o atendimento neonatal.
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