'Extrema crueldade', diz delegado sobre homem que matou companheira e jogou corpo em lixão
19/12/2025
(Foto: Reprodução) Polícia Civil de Roraima encontrou corpo de Maria das Graças em um lixão em Caroebe.
PCRR/Divulgação
O delegado Bruno Gabriel Bezerra Costa, responsável pela investigação do feminicídio de Maria das Graças Costa Lima, de 38 anos, afirmou que o crime foi cometido com “extrema crueldade”. Segundo ele, o companheiro da vítima tentou simular uma vida normal para enganar familiares e a polícia. O suspeito foi preso nesta quinta-feira (18), em Caroebe, no Sul de Roraima.
Maria das Graças estava desaparecida desde 30 de novembro. O corpo foi encontrado por volta das 18h desta quinta-feira.
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“Trata-se de um crime de extrema crueldade, marcado pela frieza do autor, que não apenas matou a vítima, como tentou, de forma reiterada, simular uma vida normal e enganar familiares e a Polícia. Foram realizadas inúmeras diligências, inclusive uma nova oitiva, que foi fundamental para esclarecer todos os pontos do crime", afirmou o delegado.
Segundo a Polícia Civil de Roraima, o investigado revelou novos detalhes sobre o crime durante uma segunda oitiva, realizada na manhã desta sexta-feira (19).
No novo depoimento, o homem mudou a versão sobre quando e onde o crime ocorreu. Inicialmente, ele afirmou que a vítima havia sido morta no dia 1º de dezembro, mas depois disse que o assassinato aconteceu na noite de 30 de novembro. Ele também alterou o local do crime, que antes teria ocorrido em São João da Baliza, e passou a afirmar que foi em Caroebe, na casa dele.
O suspeito afirmou ainda que matou Maria das Graças por sufocamento, após ver mensagens de outro homem no celular da vítima.
“A parte de como ele matou a mulher foi confirmada. Ele confirmou que ela estava deitada no quarto quando foi abordada. Em seguida, utilizou um pano umedecido com álcool para asfixiar a vítima, impedindo que ela reagisse ou conseguisse fugir”, disse o delegado Bruno Gabriel.
Maria das Graças Costa Lima tinha 38 anos
Arquivo pessoal
Segundo o delegado, no dia 1º de dezembro o homem passou a usar o celular e as redes sociais de Maria das Graças para se comunicar com familiares. A intenção era simular que ela estiva viva e teria viajado para Rorainópolis, criando uma falsa versão para atrasar a descoberta do crime.
O suspeito também relatou que manteve a rotina normalmente após o crime, inclusive levando os filhos à escola, enquanto planejava a ocultação do corpo. Depois, retirou o corpo da casa e o transportou em uma carrocinha, coberto por uma lona, até uma mecânica dele. No local, colocou ferramentas sobre a carrocinha para tentar disfarçar o transporte.
O corpo foi levado até a área de um lixão em Caroebe, onde o corpo da vítima foi jogado. Lá, ele usou um isqueiro para atear fogo no corpo, em uma tentativa de dificultar a identificação.
Segundo a investigação, o homem retornou várias vezes ao local, intercalando as idas com atividades cotidianas, como o trabalho. A polícia aponta que ele agiu de forma fria e calculada.
“Foi um caso que causou grande repercussão em Baliza, mas a Polícia Civil trabalhou de forma intensa para esclarecê-lo. Inclusive é importante destacar e elogiar a atuação dos policiais que Baliza, que não mediram esforços para buscar detalhes do caso para que pudéssemos finalizar as investigações com a responsabilização do autor do crime”, disse o delegado.
Segundo a polícia, o homem tem histórico de violência doméstica contra uma ex-companheira. Ele foi indiciado por feminicídio consumado e ocultação e subtração de cadáver.
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