Homem que se apresentava como personal trainer é indiciado por estupro, em RR
12/07/2025
(Foto: Reprodução) Edy Lourenço, de 36 anos, pedia vídeos e fotos íntimas das vítimas sob o pretexto de analisar os resultados dos treinos. Edy Lourenço, de 36 anos, é investigado por importunar sexualmente 40 mulheres em Boa Vista
Reprodução/Instagram
O homem identificado como Edy Lourenço, de 37 anos, que se apresentava como personal trainer foi indiciado pela Polícia Civil por três estupros de mulheres em Boa Vista. A informação foi divulgada nesse sábado (12).
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As denúncias começaram a partir de relatos anônimos publicados em uma rede social, em que mulheres relataram abusos sexuais cometidos pelo suspeito.
Edy pedia vídeos e fotos íntimas das vítimas sob o pretexto de analisar os resultados dos treinos, e oferecia anabolizantes a elas, segundo a polícia.
Por meio de nota, a defesa de Edy afirmou que os atos sexuais mencionados foram praticados de forma consensual, sem qualquer emprego de violência, grave ameaça ou constrangimento.
"As supostas vítimas, inclusive, mantinham contato prévio com o investigado e frequentavam, de forma espontânea, sua residência – bem como o recebiam em suas próprias casas. Cabe destacar que mesmo após o suposto crime, mantiveram comunicação regular com o investigado, sem qualquer manifestação de repúdio ou denúncia imediata, o que reforça a inexistência de coação", consta na nota.
O suspeito foi preso em flagrante em fevereiro deste ano na operação ”Ciclo Final”, que cumpriu mandado de busca e apreensão na casa dele. No local, foram encontrados frascos, seringas e substâncias anabolizantes sem registro da autoridade sanitária. Por isso, ele também foi autuado por crime contra a saúde pública.
As investigações apontam que o homem, que não tem formação ou registro profissional, se aproximava de mulheres oferecendo serviços de acompanhamento físico e aplicação de anabolizantes. Segundo a polícia, ele usava esse pretexto para manipular e constranger as vítimas.
Três mulheres relataram ter sido vítimas diretas dos abusos entre 2018 e 2023. Outras dez testemunhas também foram ouvidas e disseram ter sido abordadas pelo investigado, mas não cederam aos avanços.
O inquérito foi conduzido pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DERCC), que assumiu o caso por conta da origem das denúncias feitas na internet.
Nota da defesa de Edy
A defesa do investigado, que responde à imputação de três supostos crimes de estupro, vem a público esclarecer que a narrativa apresentada no inquérito policial será veementemente contestada no curso do devido processo legal.
Desde o início, a tese defensiva sustenta que os atos sexuais mencionados foram praticados de forma consensual, sem qualquer emprego de violência, grave ameaça ou constrangimento. As supostas vítimas, inclusive, mantinham contato prévio com o investigado e frequentavam, de forma espontânea, sua residência – bem como o recebiam em suas próprias casas. Cabe destacar que mesmo após o suposto crime, mantiveram comunicação regular com o investigado, sem qualquer manifestação de repúdio ou denúncia imediata, o que reforça a inexistência de coação.
Tais circunstâncias estão documentadas em conversas trocadas via aplicativo WhatsApp. Destaca-se, ainda, que as supostas vítimas enviaram, voluntariamente, fotos íntimas ao investigado, motivadas por um relacionamento pessoal e afetivo já existente. Essas imagens, portanto, não têm qualquer relação com a atividade profissional do investigado, tampouco configuram elemento de prova contra ele.
Em relação a uma das acusações, é fundamental esclarecer que, após o ato sexual, a suposta vítima passou a exigir dinheiro do investigado, o qual desconhecia tratar-se de uma profissional do sexo. Diante da negativa em realizar qualquer pagamento, o investigado foi ameaçado e, posteriormente, surpreendido com uma denúncia que, segundo a defesa, possui claros contornos de falsidade e tentativa de extorsão.
O aparelho celular do investigado foi apreendido e encontra-se sob custódia da Polícia Civil. A defesa confia que, uma vez concluída a perícia técnica, serão reveladas provas robustas da inocência do investigado — tanto em relação ao consentimento dos atos quanto quanto à motivação espúria da denúncia apresentada.
A defesa reafirma sua plena confiança no contraditório judicial, no devido processo legal e na atuação independente e isenta do Poder Judiciário. Ao final, a verdade será restabelecida e a inocência do investigado reconhecida.
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