Linhão de Tucuruí: Presidente Lula inicia conexão de Roraima ao sistema elétrico nacional
10/09/2025
(Foto: Reprodução) Presidente Lula aciona o início da energização do Linhão Manaus - Boa Vista.
Ricardo Stuckert/PR
O governo federal iniciou nesta quarta-feira (10) a conexão de Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de energia. O estado era o único do país que estava isolado da rede e dependia da energia gerada por usinas termelétricas.
O início do processo de energização da Linha de Transmissão Manaus - Boa Vista, conhecida como Linhão do Tucuruí, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante evento na sede do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), em Brasília (DF).
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🔎 Contexto: O estado é o único que não estava conectado ao SIN. A Venezuela enviava energia para Roraima desde 2001, mas em março de 2019 cortou o abastecimento após uma série de apagões no país vizinho. Em fevereiro de 2025, o Brasil voltou a importar a energia para abastecer o estado.
A obra do linhão recebeu investimento de R$ 3,3 bilhões e tem cerca de 725 km de extensão, com circuito duplo de 500 quilovolts (kV). A conexão parte da Subestação Engenheiro Lechuga, localizada em Manaus (AM), e termina na Subestação Boa Vista, na capital de Roraima. Há um ponto intermediário em Rorainópolis, município roraimense na divisa com o Amazonas.
No evento, o presidente Lula disse que além de uma energia de qualidade, Roraima vai ter uma internet mais rápida, que também deve chegar até comunidades indígenas. Problemas com internet são constates em Roraima. Em 2024, o estado registrou pelo menos 17 quedas no serviço.
"Estamos orgulhosos de estarmos aqui hoje no ONS para dizer que Roraima está ligado ao restante do Brasil, não existe mais diferença. Essa energia e a internet vão chegar até os indígenas, porque não queremos ninguém fora”, disse Lula.
O presidente afirmou ainda que Roraima tem uma "possibilidade extraordinária" de comércio exterior com o Suriname, Guiana, Trinidad Tobago e Caribe. Segundo ele, o início da operação do linhão permitirá que o estado tenha três vezes mais energia do que utiliza atualmente.
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Obras do Linhão de Tucuruí, em Boa Vista
Caíque Rodrigues/g1 RR
Segundo o governo, as usinas termelétricas do estado serão substituídas gradualmente por uma energia limpa e renovável. A estimativa é de redução de mais de 1 milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO²) por ano, além de uma economia de mais de R$ 500 milhões anuais em custos com combustíveis fósseis.
⚡ Além disso, a interligação permitirá o escoamento de 700 megawatts de futuras Usinas Hidrelétricas (UHEs) planejadas em Roraima para o SIN. Para o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a obra é a mais importante da história de Roraima e garante segurança energética ao estado.
“Além de histórica e importante do ponto de vista da sustentabilidade, é uma obra de desenvolvimento econômico para a gente manufaturar as riquezas que este belo estado de Roraima produz e que, hoje, não tem segurança energética e quantidade de energia firme para desenvolver o estado, além do conforto e da segurança aos hospitais, clínicas e segurança energética do povo de Roraima. É o Brasil 100% interligado”, afirmou Silveira.
A obra do Linhão de Tucuruí começou em 2022, quando os indígenas Waimiri Atroari aceitaram a proposta de compensação do governo federal, pois 122 km de torres passam pelo território indígena. Durante a construção, foram gerados cerca de 3 mil empregos diretos e indiretos, segundo o governo.
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