'Lista suja' do trabalho escravo inclui mais quatro empregadores e chega a 16 nomes em Roraima
07/10/2025
(Foto: Reprodução) 'Lista suja' do trabalho escravo é atualizada com 159 novos nomes
Mais quatro nomes de Roraima passaram a fazer parte da lista de empregadores que submeteram trabalhadores a condições análogas a escravidão. O governo federal atualizou a 'lista suja' nessa segunda-feira (6).
Entre os nomes que constam na nova "lista suja" está Thaliny Nascimento Andrade, conhecida como “Paloma”, de 22 anos, ela e o marido, Francisco Félix de Lima, de 48, foram alvos da Polícia Federal por exploração sexual de meninas e mulheres em garimpos na Terra Indígena Yanomami. O casal foi preso no dia 6 de junho de 2023.
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Thaliny Andrade, a "Paloma", de 22 anos, e o marido, Francisco Lima, conhecido como "Chico" ou "Márcio", de 48
Dicap/Divulgação
Em todo o Brasil, foram somados 159 novos nomes. Desse total, 101 são pessoas físicas (patrões) e 58 são empresas. Ao todo, 904 empregadores fazem parte da relação, incluindo 16 de Roraima (veja, abaixo, as pessoas na lista). O g1 tenta contato com os citados.
Empregadores de Roraima citados na lista:
Novos:
Dalva da Rocha Viana: três trabalhadores;
Maria de Jesus Silva Lima: um trabalhador;
Thaliny Nascimento Andrade: dois trabalhadores;
Wanderleia Pereira de Lima Raposo: dois trabalhadores.
Antigos:
Disney Barreto Mesquita: 29 trabalhadores;
Crislane dos Santos Correia: quatro trabalhadores;
Roraima Verde Indústria e Comércio de Madeiras LTDA: dois trabalhadores;
M. Albert G. Ferreira LTDA: quatro trabalhadores;
Loteamento Jockey Club SPE LTDA: um trabalhador;
José Fábio Martins Da Silva: um trabalhador;
Jockey Club Roraimense: um trabalhador;
Jesus Ramon Leonett Leonett: dois trabalhadores;
Ferrari Construções Serviços LTDA: 12 trabalhadores;
Invicta Comércio e Empreendimento Eireli: sete trabalhadores;
Francisca Rodrigues De Moura: um trabalhador;
Ernani Luiz Schuck: quatro trabalhadores.
📃 A "lista suja" é um documento público divulgado semestralmente pelo Ministério do Trabalho, em abril e outubro, com o intuito de dar visibilidade aos resultados das fiscalizações do governo de combate ao trabalho escravo.
Como alguém vai parar na ‘lista suja’?
Auditores-fiscais do trabalho do MTE realizam constantemente ações fiscais de combate ao trabalho análogo à escravidão, que podem contar com a participação de integrantes da Defensoria Pública da União, dos Ministérios Públicos Federal e do Trabalho, da Polícia Federal, Polícia Rodoviária, entre outras forças policiais.
Quando, durante essas ações, são encontrados trabalhadores em condição análoga à escravidão, um auto de infração é lavrado.
Cada auto de infração gera um processo administrativo, no qual as irregularidades são apuradas e os empregadores têm direito à defesa.
Pessoas físicas ou jurídicas só são incluídas na “lista suja” quando o processo administrativo que julgou o auto específico de trabalho análogo à escravidão em relação àquele empregador é concluído, com decisão sem possibilidade de recurso.
⚠️ Como denunciar?
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma remota no Sistema Ipê, lançado em maio de 2020 pela Secretaria de Inspeção do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho.
Este é o canal específico para denúncias de trabalho análogo à escravidão. O denunciante não precisa se identificar, basta acessar o sistema e inserir o maior número possível de informações.
A ideia é que a fiscalização possa, a partir dessas informações do denunciante, analisar se o caso de fato configura trabalho análogo à escravidão e realizar as verificações no local.
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