Mecânico voltava do trabalho quando foi atropelado e morto após discussão com motorista
22/11/2025
(Foto: Reprodução) Mecânico Francisco das Chagas Saraiva de Sá, de 61 anos, era conhecido como Saraiva
Arquivo pessoal
O mecânico Francisco das Chagas Saraiva de Sá, conhecido como Saraiva, de 61 anos, voltava para casa de bicicleta após o trabalho quando foi atropelado e morto em Boa Vista. O motorista suspeito, Marlon da Silva Oliveira, de 36 anos, está preso por homicídio qualificado cometido por motivo fútil.
O suspeito atropelou a vítima após uma discussão na noite dessa quarta-feira (19), no bairro Pintolândia, zona Oeste. Testemunhas que estavam no local contaram à Guarda Civil Municipal (GCM) que Marlon acelerou o carro e atropelou “propositalmente” Saraiva.
Familiares e amigos de Saraiva velaram o corpo na tarde deste sábado (22) em uma igreja no bairro Alvorada, zona Oeste. O sepultamento estava marcado para as 17h. Ele trabalhava como mecânico eletricista de carros e deixou quatro filhos e a esposa.
A Rede Amazônica esteve no velório, mas, em razão do luto, a família não quis conceder entrevista. Uma das filhas disse que, na próxima semana, deve contratar um advogado para cuidar dos trâmites legais contra Marlon.
A defesa de Marlon afirmou que só irá se pronunciar após a conclusão do inquérito.
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Prisão em flagrante
Marlon foi preso em flagrante pela GCM. Na hora do atropelamento, ele estava com a esposa. Ela ainda tentou assumir o volante para proteger o marido e evitar um possível linchamento.
Motorista Marlon da Silva Oliveira, de 36 anos, que atropelou e matou ciclista em Boa Vista
Reprodução/Facebook
No flagrante, o delegado do caso, Jean Daniel autuou Marlon pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, modalidade considerada crime hediondo na legislação brasileira.
👉 O homicídio qualificado por motivo fútil ocorre quando o assassinato é cometido por uma razão insignificante ou desproporcional, como uma discussão banal no trânsito.
🔎 Já os crimes hediondos são infrações consideradas de extrema gravidade pela legislação brasileira, sujeitas a regras mais rígidas, como maior tempo de prisão antes de progressão de regime e impossibilidade de anistia, indulto ou fiança.
Marlon foi levado à audiência de custódia, onde foi mantido preso pela juíza Liliane Cardoso. Na decisão, a magistrada considerou a gravidade do caso e o fato Marlon ter se recusado a fazer o teste do bafômetro quando a GCM chegou.
"A imputação feita ao flagranteado é grave, face aos seus elementos e às suas circunstâncias (crime em tese praticado por motivo fútil), o flagranteado se recusou a fazer teste de etilômetro, pelo quê a manutenção da segregação é para garantia da ordem publica, para assegurar a aplicação da lei penal", afirmou a juíza na decisão.
A juíza também determinou a suspensão da carteira de habilitação do motorista até nova decisão e que a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo fornecesse medicação necessária ao preso.
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