Mulher assassinada com tiros na cabeça foi executada em 'tribunal do crime' do PCC em Boa Vista
12/12/2025
(Foto: Reprodução) Amanda Dias, em foto registrada em 2019
Reprodução/Facebook
Amanda Cristina Dias Maciel, de 28 anos, foi assassinada em um “tribunal do crime” da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), em Boa Vista. Quatro homens foram presos por envolvimento na morte dela.
No jargão policial, “tribunal do crime” é o nome dado a julgamentos ilegais feitos por facções criminosas.
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Amanda foi morta no dia 5 de dezembro no bairro Laura Moreira, na zona Oeste. A motivação do homicídio, segundo as investigações, estaria ligada a disputas entre grupos rivais pelo comércio de drogas e domínio de território.
Segundo o delegado titular da Delegacia Geral de Homicídios (DGH), João Evangelista, o homicídio foi executado por integrantes de organização criminosa, de forma coordenada, com divisão de tarefas entre os participantes.
As investigações avançaram rapidamente e permitiram mapear a atuação dos suspeitos e planejar a operação que prendeu três homens nesta quinta-feira (11), segundo o delegado. Desde que o corpo de Amanda foi encontrado, a unidade policial ouviu testemunhas e realizou ações de campo que levaram à identificação dos envolvidos no “tribunal do crime”.
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Prisões
Dois dos suspeitos de participar do assassinato de Amanda Maciel foram presos em Boa Vista.
DGH/Divulgação
O primeiro suspeito do crime foi preso em 9 de dezembro no bairro São Bento, quatro dias após o corpo de Amanda ser encontrado, durante uma operação da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco).
Os outros três investigados — um de 24 e dois de 26 anos — foram presos nesta quinta-feira (11) no bairro São Bento e no Residencial Vila Jardim, no bairro Cidade Satélite. Durante a abordagem, um dos jovens tentou fugir pulando muros de casas próximas, mas foi alcançado e preso.
Com eles a polícia também apreendeu uma pistola de calibre 9 milímetros. A suspeita é de que tenha sido usada no crime e em outros homicídios.
O investigado preso no Vila Jardim, um homem de 26 anos, possui várias passagens pela polícia. Ele também foi condenado a 46 anos de prisão por homicídio ligado a um outro episódio de "tribunal do crime”.
Segundo o delegado, a reincidência e o vínculo atual do suspeito com a mesma organização criminosa reforçaram a necessidade da prisão imediata.
Os três presos na quinta-feira foram autuados em flagrante pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e por impossibilidade de defesa da vítima, participação em organização criminosa e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Eles foram apresentados em audiência de custódia nesta sexta-feira (12).
A ação foi coordenada pelo delegado João Evangelista, com apoio do Departamento de Inteligência (Deint) da Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e da Polícia Militar.
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