Mulher de tenente da PM é condenada por invadir fazenda do ex-marido e roubar cartões de memória em RR
13/10/2025
(Foto: Reprodução) Maria Giselle Nogueira de Lima, condenada a 7 anos de prisão e o tenente da PM Cleonio Santos Silva
Reprodução
A Justiça de Roraima condenou Maria Giselle Nogueira de Lima, de 36 anos, atual esposa do tenente da Polícia Militar Cleonio Santos da Silva, a 7 anos e 4 meses de reclusão e 2 meses e 10 dias de detenção, pelos crimes de roubo majorado e esbulho possessório — quando há invasão de propriedade alheia.
A sentença foi proferida pelo juiz Cleber Gonçalves Filho, da 1ª Vara Criminal de Boa Vista, no último dia 9 de outubro. De acordo com o processo, Maria Giselle participou da invasão da fazenda do ex-marido, o empresário Ruidglan Costa de Meneses, em março de 2024, na zona Rural de Boa Vista.
A ação foi realizada com o apoio de nove policiais militares armados, entre eles o próprio Cleonio, que estava de serviço no dia.
Segundo a sentença, Maria Giselle e o grupo "subtraíram cartões de memória das câmeras de segurança da propriedade e desligaram o sistema de vigilância e o roteador de internet do local para impedir registros da invasão".
O g1 procurou a defesa de Maria Giselle e aguarda resposta.
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A pena de Maria Giselle foi maior que a de Cleonio. Em setembro, o tenente foi sentenciado pela Justiça Militar a 1 ano e 6 meses de prisão por prevaricação e constrangimento ilegal, por ter usado viaturas e outros policiais para intimidar o ex-marido da atual companheira durante a mesma ocorrência.
A pena do militar foi suspensa por bom comportamento, e ele segue em liberdade.
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Condenação e absolvição parcial
O juiz considerou que as provas apresentadas, incluindo depoimentos e registros das ações penais militares contra os PMs envolvidos, comprovaram que Maria Giselle usou força e ameaça para invadir o imóvel e tomar posse da propriedade sem ordem judicial.
Ela foi absolvida do crime de fraude processual, também previsto na denúncia, porque o magistrado entendeu que o desligamento das câmeras não caracterizou tentativa de “inovar artificialmente o estado do local” para enganar a Justiça.
“A acusada se valeu de aparato estatal para perpetrar o crime. O caso teve repercussão social e maculou a imagem da Polícia Militar, cujos policiais concorreram com a sentenciada para a prática delitiva”, afirmou o juiz na decisão.
A pena deverá ser cumprida em regime semiaberto. A Justiça negou a substituição por penas alternativas e também a suspensão condicional da pena. Apesar da condenação, Maria Giselle poderá recorrer em liberdade.
Entenda o caso
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O episódio ocorreu no dia 7 de março de 2024, no sítio Nova Aliança, localizado na vicinal 4, região do Truaru, em Boa Vista. Segundo a denúncia, Maria Giselle alegou ser dona da propriedade e, acompanhada de Cleonio e outros policiais, invadiu o local e expulsou funcionários da fazenda.
A vítima relatou ter sido coagida e levada à delegacia sem mandado judicial. Ele também afirmou que, após o episódio, as câmeras da fazenda foram desligadas e as gravações, levadas pelos policiais.
Em junho deste ano, o governo de Roraima foi condenado a pagar uma indenização de mais de R$ 30 mil ao empresário por causa da atuação irregular dos militares na ocorrência.
A Justiça de Roraima condenou o governo do estado a pagar uma indenização de mais de R$ 30 mil ao empresário vítima de Cleonio. A decisão foi do juiz Guilherme Versiani Gusmão Fonseca, da 1ª Vara de Fazenda Pública.
Cleonio também é suspeito de envolvimento na execução de um vendedor em Boa Vista junto da ex-esposa, de 52. Luiz Eduardo Peixoto Araújo, de 34 anos, foi encontrado morto, carbonizado e mutilado em fevereiro de 2018.
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