Sindicato alerta para risco de contaminação em posto com paredes tomadas por cupim em comunidade indígena de RR
18/06/2025
(Foto: Reprodução) Posto de saúde fica na comunidade Laje, na Terra Indígena Tabalascada, no Cantá. Unidade atende ao menos 255 pessoas, segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Roraima (Siemesp-RR). Estrutura no posto de saúde na comunidade Laje, na Terra Indígena Tabalascada, no Cantá
Siemesp-RR/Divulgação
Profissionais de saúde e pacientes correm risco de contaminação em razão da estrutura precária no posto de saúde na comunidade Laje, na Terra Indígena Tabalascada, no Cantá, em Roraima. O alerta é do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Privados de Roraima (Siemesp-RR), que cobra uma solução do Ministério da Saúde.
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Na unidade de saúde indígena, as paredes estão tomadas por cupins e infiltrações. Além disso, os profissionais têm apenas uma pia para manusear as medicações e também preparar a alimentação da equipe. A coordenação do posto é de responsabilidade do Distrito Sanitário Especial Indígena - Leste (Dsei-Leste), que responde ao Ministério da Saúde.
"A situação da Laje é uma situação grave que coloca os trabalhadores em situação de risco com relação à sua própria saúde. Esse problema não é de hoje e não é só lá. Tenho vários problemas em outros polos base [postos de saúde]. A Sesai [Ministério da Saúde] tem conhecimento dessa situação crítica, inclusive o Dsei-Leste", destacou a presidente do Siemesp-RR, enfermeira Joana Gouveia.
A unidade atende ao menos 255 pessoas, conforme o Sindicato. Nessa segunda-feira (16), agentes de combate à endemias (ACE's) que estavam de plantão na unidade reportaram ao sindicato uma série de problemas.
"O único banheiro do local corre o risco de desabar. O piso é cheio de rachaduras e o sanitário não está em condições de uso. Na cozinha improvisada, não há refrigeração adequada e alimentos podem ficar impróprios para o consumo. Para dormir, os profissionais se dividem entre um barracão de palha e uma casa de madeira, que também está infestada de cupins", detalhou o Sindicato.
Procurado sobre a situação no posto da comunidade Laje, o Ministério da Saúde informou que enviará técnicos do Dsei-Leste para avaliar as condições estruturais do local.
A pasta ainda informou que o Dsei-Leste conduz um processo licitatório no valor de aproximadamente R$ 13 milhões para aquisição de insumos destinados à manutenção das estruturas de saúde indígena.
"Nos últimos dois anos, foram concluídas a construção de cinco UBSIs e de quatro alojamentos em território indígena. Além disso, estão em andamento cinco obras contratadas de UBSIs e outras duas de alojamentos voltados às equipes que atuam nas unidades. O DSEI LRR conta com 472 estruturas ativas, incluindo UBSIs, alojamentos e sistemas de abastecimento de água", disse.
Pia usada pelos profissionais de saúde para manipular medicamentos na comunidade Laje
Siemesp-RR/Divulgação
Uma das soluções apontadas pelo Sindicado seria o cumprimento da decisão judicial que obriga o Ministério da Saúde a providenciar melhorias em todos os polos base das terras indígenas de Roraima. A decisão é do dia 31 de março deste ano e também prevê a contratação de mais profissionais de saúde, como técnicos em enfermagem, agentes de endemias, nutricionistas, técnico em laboratório e auxiliar de nutrição.
A presidente do Sindicato disse ainda que vai solicitar uma reunião com a nova coordenadora do Dsei-Leste, Lindinalva Lopes Marques, para expor a situação.
O Dsei-Leste é o órgão responsável por ofertar saúde básica a 354 comunidades indígenas, onde vivem os povos Macuxi, Wapichana, Ingarikó, Patamona, Taurepang, Sapará e Wai-Wai.
Sindicato denuncia que situação pode contaminar pacientes e profissionais que atuam na comunidade Laje
Siemesp-RR/Divulgação
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