Vereador cassado teve acesso a denúncias sigilosas repassadas por coronel da PM sobre compra de votos, cita inquérito

  • 01/12/2025
(Foto: Reprodução)
Genilson Costa (Republicanos) e o Coronel Francisco Lisboa. PM é suspeito de enviar denuncias sigilosas ao presidente da Câmara Reprodução O vereador e presidente da Câmara de Boa Vista, Genilson Costa (Republicanos), cassado pelo Justiça Eleitoral, teve acessos a denúncias sigilosas repassadas pelo coronel da Polícia Militar (PM), Francisco Lisboa, sobre compra de votos nas eleições de 2024. À época, Lisboa era subcomandante da PM, a segunda função mais importante da corporação. O acesso de Genilson a informações repassadas pelo coronel Lisboa fazem parte do inquérito da Polícia Federal (PF) que apurou o caso. Conduzidas pelo delegado Caio Luchini, as investigações concluíram que Genilson comprou votos para se reeleger como vereador em 2024. A Rede Amazônica teve acesso ao relatório final da investigação que cita os dois. No documento, foram listados prints que mostram que Lisboa repassou denúncias feitas ao sistema da PM, por meio do 190 — incluindo alertas sobre pagamento de “boca de urna” às vésperas da eleição. As informações eram enviadas por WhatsApp. O inquérito cita que havia uma "relação de troca de favores" entre os dois. O que sugere que "FRANCISCO LISBOA atuava como homem de confiança de GENILSON dentro da Polícia Militar", consta no trecho do inquérito. Por meio de nota, Coronel Lisboa rejeitou "de forma categórica qualquer alegação de uso de estrutura pública ou de prática de ato que tenha por finalidade beneficiar terceiros em processo eleitoral". Ele reafirmou a "postura íntegra, coloca-se à disposição das autoridades competentes e confia plenamente no esclarecimento correto dos fatos". Em nota ao g1, Genilson Costa informou que ainda não foi "formalmente intimado", e que, quando for, a defesa irá se pronunciar dentro do inquérito. O g1 também procurou a Polícia Militar (PM), que informou que situações envolvendo policiais e investigadas por outros órgãos são de responsabilidade dessas instituições. A PM disse ainda que, quando precisa investigar internamente, segue as regras da lei e garante o direito de defesa. 🔎 Genilson Costa teve o mandato cassado no dia 20 de novembro por participação em um esquema milionário de compra de votos nas eleições de 2024. Segundo a sentença, a campanha foi abastecida com mais de R$ 4 milhões não declarados, usados para pagar eleitores, operar listas, financiar logística e garantir vantagem ilícita no pleito — o que configurou abuso de poder econômico e corrupção eleitoral. Como se trata de decisão de 1ª instancia, ele recorre no cargo. Indiciamento Genilson, coronel Lisboa e outros quatro foram indiciados pela PF no dia 19 de novembro. O caso agora segue para o Ministério Público Eleitoral (MPE). Veja os crimes: Genilson: Corrupção eleitoral (compra de votos), associação criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica eleitoral, transporte ilegal de eleitores, violação do sigilo do voto, violação de sigilo funcional (com apoio de militar) e prevaricação. Lisboa: Corrupção eleitoral, violação de sigilo funcional, associação criminosa e prevaricação. O g1 procurou a PF para saber se há desdobramentos acerca da investigação, mas foi informado que o que o processo está sob sigilo e que o caso está agora com o MPE. O MPE informou que o caso "encontra-se sob análise e, seguindo o trâmite processual, tomará as providências cabíveis assim que concluir o trabalho". No curso das investigações, os dois chegaram a ser presos pela PF na operação Martellus. À época, Genilson foi apontado como o núcleo de comando do esquema de compra de votos. Captura de tela do sistema a PM Em uma das comunicações interceptadas, horas antes da votação Lisboa enviou ao vereador uma captura de tela do sistema interno da PM com o registro de uma denúncia formal contra Genilson por compra de votos. A investigação interpretou o ato como tentativa direta de evitar o flagrante e mitigar riscos à operação eleitoral. “Tal comunicação evidencia o monitoramento e a mitigação dos efeitos de denúncias que poderiam comprometer o esquema ilícito de compra de votos". O gesto é classificado como violação de sigilo funcional e prevaricação — o coronel não apenas deixou de apurar a denúncia como alertou o próprio denunciado. “Ao invés de adotar providências para apurar a denúncia, optou por alertar o denunciado, contribuindo para a obstrução da atividade persecutória do Estado". LEIA MAIS: Presidente da Câmara de Boa Vista é cassado por compra de votos e abuso de poder econômico PF prende presidente da Câmara de Boa Vista e subchefe da PM por suspeita de receber apoio do tráfico nas eleições Presidente da Câmara de Boa Vista tinha grupo no WhatsApp para comprar votos a R$ 100 com apoio do tráfico, diz PF Governador de Roraima demite subchefe da PM preso pela PF por envolvimento em esquema de compra de votos Tentativa de interferência após a prisão Caio Luchini, delegado da Polícai Federal (PF) em Roraima Caíque Rodrigues/g1 RR O inquérito também detalhou a atuação do coronel após a prisão de Genilson no dia da eleição, em 6 de outubro de 2024. De acordo com a investigação, Lisboa fez movimentações para que Genilson ficasse preso no Comando de Policiamento da Capital (CPC), órgão que ele comandada à época. Prints mostram que o coronel chegou a pedir o contato do advogado do vereador para o filho de Genilson. Mesmo assim, o presidente foi levado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). Coronel Lisboa pergunta por Genilson para o filho do vereador quando ele foi preso Reprodução Para os investigadores, os registros reforçam que a atuação do coronel não se limitava às eleições, mas se estendia ao pós-flagrante, com objetivo de oferecer vantagem e tratamento diferenciado. Presidente da Câmara de Boa Vista é cassado por compra de votos e abuso de poder econômico Leia outras notícias do estado no g1 Roraima.

FONTE: https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/2025/12/01/vereador-cassado-teve-acesso-a-denuncias-sigilosas-repassadas-por-coronel-da-pm-sobre-compra-de-votos-cita-inquerito.ghtml


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